sábado, 14 de maio de 2011

RESPEITO AO MEIO AMBIENTE


“Respeito” vem do Latim RESPICERE, que significa “olhar de novo”...

Se o meio ambiente merece ser olhado de novo, é porque apresenta coisas positivas ou requer cuidados. Pelo menos essa é a idéia expressa na palavra. Por mais que os desejos de lucro, desenvolvimento e de comodidade estejam presentes, é preciso olhar de novo e colocar em pautas as coisas positivas, as fragilidades ou falta de defesa que o outro apresenta

Também é necessário saber uma coisa: aceitar é uma coisa, respeitar é outra... posso não aceitar, mas devo respeitar...a medida que sou respeitado. Se não há respeito, não pode haver aceitação.

Aceitar é um estado elevado de consciência quanto de frente as diferenças, diversidades e posicionamentos diversos. Não aceitar é um estado de consciência critica frente as injustiças feitas ao meio ambiente. Se não houver respeito, não tem como haver aceitação.
Respeite o meio ambiente, pois da mesma forma que você o respeita, ele irá te respeitar.

Luciano Henrique Pinto

sexta-feira, 4 de março de 2011

O DESCARTE DE MEDICAMENTOS E O MEIO AMBIENTE - PARTE I



Os medicamentos vencidos ou as sobras de tratamento não podem ser descartados de qualquer maneira no ambiente, sem se ter maiores preocupações com o impacto que isto pode causar ao meio. Apesar de se ter legislações e regulamentações que apresentam como objeto a destinação adequada do produto, existem duas situações que ainda podem ser apontadas como preocupantes: o descarte inadequado feito pelos domicílios e o não cumprimento de determinações legais por autoridade publicas relativas ao descarte de medicamentos.

Em temos gerais, seria importantes estimar o risco a saúde e ao meio ambiente do descarte inadequado de medicamentos, considerando efeitos a médio e longo prazo, e criar uma conscientização neste sentido. O objetivo deste texto é justamente alertar para o risco em longo prazo, e refletir sobre possíveis ações de sustentabilidade neste sentido.

A questão do descarte inadequado de medicamentos nos domicílios é fomentada pelo hábito do estoque caseiro e pelo crescente consumo de medicamentos – tema abordado no texto “Promoção a saúde, o ambiente e a medicalização da saúde” deste mesmo blog – que aliada a questões como a não adoção da estratégia de fracionamento pelas drogarias e industrias, acabam por potencializar este risco ao meio ambiente e a saúde das pessoas de um modo geral.

Estudos apontam que as contaminações nos rios por medicamentos e seus derivados são pequenas e aparentemente sem riscos ao homem, mas os efeitos aos organismos aquáticos são reais, porem não conhecido em detalhes. Ainda se tem o risco de efeitos acumulativos dentro da cadeia de um ecossistema. Tem-se ainda o risco de contaminação fetal por ingestão de quantidades ínfimas e sem conseqüências a um adulto, mas que pode ser perigoso para um feto. Além destes fatos temos o risco de contato de microorganismos presentes na água com certos antibióticos que podem favorecer ao desenvolvimento de bactérias resistentes, e concentrações elevadas de hormônios que podem promover diversas alterações genéticas.
 
As indústrias farmacêuticas juntamente com as grandes redes de farmácias e drogarias poderiam contribuir para que tais problemas não fossem amenizados, via dispensação fracionada de medicamentos, via recolhimento de medicamentos. As indústrias e drogarias deveriam ainda ressarcir os usuários que são obrigados a adquirirem mais medicamentos que necessitam ou com validade muito próxima, e também fornecerem descontos na aquisição de novos medicamentos quando o usuário necessitar. Lógico que dentro de uma logística e organização viável.


Que o problema do descarte inadequado é real não se discute, o que é necessário agora é propor estratégias não só direcionadas aos usuários, mas também a toda cadeia produtiva dos medicamentos, adotando-se uma postura sustentável e que garanta as gerações de agora e vindouras um ambiente mais saudável e uma maior consciência sobre o uso adequado de medicamentos e seu correto descarte.

Luciano Henrique Pinto



domingo, 20 de fevereiro de 2011

PARALISAÇÃO DAS OBRAS EM BELO MONTE


“O presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Ophir Cavalcante, defendeu nesta segunda-feira, 7, a "completa e imediata paralisação" do início das obras da usina de Belo Monte, no Rio Xingu (PA), até que sejam cumpridas todas as condicionantes para a execução do projeto. Ele fez o anúncio de sua posição ao receber a visita do presidente da seccional da OAB do Pará, Jarbas Vasconcelos, que estava acompanhado do vice-governador do Estado, Helenilson Pontes.” AGENCIA ESTADO. 09/02/2011

Recentemente o Presidente da OAB defendeu a completa paralisação do inicio das obras da Usina de Belo Monte, no Pará, até que sejam cumpridas todas as exigências legais e ambientais para a realização do empreendimento. O fato chamou a atenção da mídia, e em um aspecto em particular foi colocado: Como que em uma situação tão discutida e em sua essência tão complexa se inicia sem o atendimento de todas as exigências legais e ambientais?

Tem-se como questão que o inicio das obras estão “respaldados” por uma liminar provisória, expedida de caráter oficial, situação esta que remete a uma questão “ética,” conforme abordado no texto “Ética uma atitude saudável” (04/02/2011), deste mesmo blog. No caso de Belo Monte, temos a presença de objetivos bem distintos e que se contrapõe: de um lado o interesse econômico, atrelado ao abastecimento de energia, e de outro a questão sócio ambiental do local. e as implicações de tal projeto. Não se discute aqui a relevância dos objetivos dos grupos, mas a ausência de uma a respeito de um objetivo de amplitude coletiva mais abrangente a este dois, que seria o bem estar daquela população e a existência de alternativas para a questão que se vem discutindo a mais de trinta anos e de considerável impacto social e ambiental.

As pessoas que lá vivem não podem pagar o maior preço pelo interesse puramente econômicos envolvidos nesta situação. O grupo que defende as vantagens econômicas, e que coloca seus objetivos acima de qualquer outro, age de certa forma de um modo antiético, a partir do momento que inicia a obra com uma liminar provisória e sem o consenso de todas as partes envolvidas, numa clara ação que desmerece os demais objetivos e interesses envolvidos. É também é obvio que uma vez iniciada a obra, ficará mais difícil de paralisa-la, além do comprometimento de recursos financeiros investidos.

Ter clareza dos objetivos, discuti-los e ter em pauta sempre um objetivo maior, que neste caso tem relação com a saúde de forma ampliada daquela população é o mínimo de transparência e ética que se exige em uma situação que envolve a saúde ambiental de Altamira e de qualquer outro lugar do planeta...

Luciano Henrique Pinto

quarta-feira, 16 de fevereiro de 2011

domingo, 13 de fevereiro de 2011

MEIO AMBIENTE E SAÚDE, RELAÇÃO DE CAUSALIDADES.


Luciano Henrique Pinto

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INTRODUÇÃO

O meio ambiente e sua representação social é definida como sendo o lugar determinado ou percebido, em que elementos naturais e sociais presentes estão sempre em relações dinâmicas e em interação com a realidade, construindo desta forma processos culturais, tecnológicos e processos históricos e sociais de transformação do meio naturalmente construído. Ou seja, o ambiente é constituído de aspectos que são determinantes no meio, além de promover sua transformação. Tal transformação pode trazer implicações diretas para a saúde dos indivíduos que constituem este meio, sendo necessário racionalizar as ações sobre o ambiente a fim de evitarem-se danos.

A correlação entre meio ambiente e sua representação social com a saúde trás uma serie de possibilidade de ampliar o escopo de atuação no planejamento em saúde, por meio da avaliação da relação de causalidade entre ambos. A elaboração de um paralelo entre o que seria supostamente um ambiente saudável e suas características desejáveis, juntamente com as variáveis que contribuem para o adoecimento de uma localidade, permitira a projeção de ações voltadas para a promoção da saúde tanto coletiva quanto individual.

Dentro do que foi abordado, a questão a ser investigada é de quão válidos seriam as suposições e variáveis e qual sua utilidade para o planejamento em saúde. A compreensão desta relação de causalidade é um dos objetos da abordagem que segue, que visa uma melhor compreensão e valorização do meio ambiente com agente de saúde do meio em que se vive.

O AMBIENTE, A SAÚDE E O HOMEM

O homem determina - tanto pela forma de agir como pela forma que se organiza coletivamente - as condições ambientais do meio que podem ser favoráveis ou não a saúde de seus semelhantes. Não se tem como pensar em saúde sem pensar na participação das pessoas em prol da mesma, seja como agentes diretos no processo, seja como membros de uma organização que articulada defenda e promova a saúde junto as órgão oficiais, assim como sempre se pensa no homem quando o ambiente adoece, seja pela omissão ou por não compreensão da importância do ambiente para a saúde. O pressuposto inicial aqui abordado é de que as variáveis do meio ambiente e sua representação social são úteis uma vez que é composta de elementos sociais e de elementos naturais, que dão uma dimensão de responsabilidades assim como de prioridades para o cuidado do meio ambiente e promoção a saúde.

Para melhor avaliar esta questão, é importante analisar dois aspectos envolvendo a representação social do meio ambiente e a saúde, sendo o a seguir considerado desejável (Figura 1):

Figura 1

Neste esquema percebe-se que a relação entre os elemento naturais e sociais, leva a processos de interação que tem imapcto direto na ambiente, tanto nos campos naturais e sociais, destacando-se a participação popular na concientização do cuidado e preservação do meio ambiente, juntamente com uma relação saudável do homem com o mesmo.

Em uma segunda análise, temos a simulação de situações não favoráveis ao ambiente e a promoção da saúde, conforme esquema abaixo (Figura 2):
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Figura 2
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Neste novo esquema observa-se que se os elementos naturais tanto quanto os sociais se encontrarem adversos ou inexistentes, e os processos culturais, tecnológicos, históricos e sociais podem resultar no descaso em relação a conservação e proteção do meio ambiente, podendo neste cenário tornar -se desfavorável a saúde das pessoas. As ações voltadas para superar as doenças podem ser advindas de ações reducionistas como a medicalização da saúde. Tais ações podem apresentar um escopo muito limitado, não contribuindo de fato para a manutenção de um ambiente saudável para a comunidade.

Um exemplo que se pode relacionar com a questão da saúde e do ambiente diz respeito ao tratamento do lixo. Uma vez que este não for tratado de maneira adequada, pode acarretar em problemas de saúde diversos, cuja causa principal esta na relação do homem com seu ambiente (Figura 3). As intervenções podem ser simplimente a indicação de anti parasitários, o que na verdade não age na causa do problema.

Figura 3
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A SAÚDE E O MEIO AMBIENTE

A comparação e prospecção de um ambiente saudável versus um adverso em termos de saúde, considerando a representação social do ambiente e a influencia deste na saúde das pessoas demonstra que tanto os elementos sociais e naturais que compõe o ambiente devem ser considerado e trabalhados quando se pensa em planejamento em saúde, necessitando que ambos estejam harmonicamente direcionados a saúde. A chave de todo processo reside na participação popular, uma vez que o homem tem, ou deveria ter, consciência do seu papel de agente modificador do meio ambiente, e trabalhar sempre para a melhoria e conservação do mesmo, não se pautando apenas em intervenções reducionistas. A análise do meio ambiente permite traçar um perfil de uma comunidade e fornecer informações que podem ser úteis em um planejamento de saúde, de uma maneira ampliada e digna tanto para o ser humano quanto para o planeta.

quarta-feira, 9 de fevereiro de 2011